Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Musicart

Rap Talks #2

unnamed (4).jpg

A sala voltou a encher para aquela que foi a última sessão desta 1ª edição das RAP Talks. Desta vez, o Mercado da Ribeira deu lugar ao bar O Bom e o Mau Vilão, no Cais do Sodré. 
No sofá, voltaram a sentar-se dois históricos do hip hop em Portugal. Mundo Segundo e José Mariño. Num ambiente mais intimista, proporcionado pelas caracteristicas da sala, falaram das suas carreiras, de projecções para o futuro e da sua visão relativamente ao hip hop.
A moderadora desta segunda sessão foi Makeda Cardiff, que colocou várias perguntas aos convidados e que abriu espaço para interacção com o público.


"Sou o homem que a música criou"


Mundo Segundo apresentou-se como Edmundo Silva. Uma pessoa como outra qualquer , amante da poesia e apaixonado pelo hip hop no inicio da década de 90.
Foi com mente aberta e de peito aberto que Mundo falou da sua ligação à música, do início no breakdance e do momento em que começou a escrever e encontrou a música como refúgio, após a morte do pai.
As primeiras produções e rimas surgiram com 14 anos de idade, mas apenas há 10 anos conseguiu passar a viver exclusivamente do que mais gosta de fazer. 
A viagem ainda vai a meio. Daqui a 10 anos espera estar a realizar o sonho de abrir a própria barbearia. Quer fazer mais, quer trazer coisas novas, quer continuar a fazer música sem um deadline. Quer passar a experiência a pessoas mais novas, para que possam atingir metas.
Mundo podia ser qualquer coisa. Não interessa a profissão, mas a missão. Desafiado a completar a frase "Se não fosse o RAP...", voltou a destacar a importância em ajudar os outros. "Era outra coisa qualquer que me permitisse ajudar o próximo a atingir algo".

"Às vezes, quando ninguém acredita, eu acredito (...) Acreditar faz-te tornar a pessoa que és"

O papel do hip hop na educação voltou a estar em cima da mesa. Mundo Segundo, que já foi convidado diversas vezes para palestras em escolas, considera que o maior papel pertence aos pais. Mas não necessariamente no sentido literal. Para ele, o hip hop foi um verdadeiro pai, enumerando uma série de MC's internacionais que foram uma referência na sua juventude, como Nas, Rakim ou KRS-One. Hoje, considera haverem muitos ídolos mas poucas figuras paternais.

unnamed (1).jpg

José Mariño assume-se como um dos primeiros divulgadores do rap e da cultura hip hop em Portugal. Um género musical pouco explorado e com pouca gente interessada em divulgá-lo, mas muita gente interessada em ouvir. Foi à boleia dessa comunidade, aliado ao facto de gostar de música portuguesa, que achou que fazia sentido apostar na sua divulgação. Esteve à frente dos programas de rádio "Novo RAP Jovem" e "Repto" e do programa televisivo "Beatbox", na SIC Radical.
Hoje está mais afastado, mas sem perder a ligação. Uma ligação marcante, que vai acompanhá-lo para o resto da vida.

 

"O que fiz deixou-me feliz e preenchido"


Rapública foi a 1ª compilação de rap em Portugal e contava com nomes sonantes, como Black Company ou Boss AC. O antigo director da Antena 3 destacou a sua importância e a forma como marcou uma época e um momento. Funcionou como um ponto de partida, onde o estilo musical começou a ganhar corpo e potenciou o aparecimento de projectos mais sólidos, com horas de trabalho, em que "não era só o microfone".
Este conjunto de caracteristicas levou-o a falar de Sam The Kid e do seu primeiro disco, marcante, apesar de conter uma série de imperfeições. Tinha qualquer coisa. Tinha alma.
Alma é precisamente o que José Mariño procura num bom rap, em que considera essencial ser genuino e conseguir comunicar, além de uma boa batida.


"Podes encontrar boas batidas sem boas letras. A mim não me diz nada."


As dificuldades encontradas há 20 anos atrás também voltaram a ser tema de conversa, à semelhança do que tinha acontecido na 1ª sessão.
O acesso à música hoje está facilitado e actualmente está tudo na internet.
Fazer outros programas facilitou a José Mariño deslocar-se ao estrangeiro e essa era a altura certa para comprar música.
Em Portugal, a discoteca Godzilla impulsionou a venda de mixtapes com alguma frequência e em boas quantidades. Uma oportunidade para mostrar novos MC's e DJ's.
Nem o programa "Beatbox", apesar de mais recente, escapou a essas dificuldades. Não era fácil conseguir videoclips com boa qualidade para passar em televisão.

Desafiados a deixar uma mensagem ao público, ambos apelaram à luta, ao empenho e à auto-critica.
"Lutar faz parte, vencer também, mas falhar faz aprender com os erros".
Mesmo para aqueles que não têm oportunidade de fazer o que gostam, que tentem fazê-lo com boas vibrações e com vontade. E, se têm um sonho, materializem-no.

unnamed (2).jpg
Chegou assim ao fim a 1ª edição das RAP Talks com um balanço, sem dúvida, muito positivo.
Há público, há interesse em ouvir e existem muitas histórias para serem contadas. Que esse seja o mote para que venham mais edições, não só em Lisboa, e para que se continue a falar de hip hop e de música portuguesa.
Parabéns à Hip Hop Valley pela iniciativa.

Preview: Novo álbum de DJ Ride

11022415_10153324892106119_3468888530784107842_o.j
Imagem: Facebook DJ Ride



Por trás da cortina de fumo denso que surgiu há duas semanas está o novo álbum de Ride.
"From Scratch" dá-se a conhecer ao Mundo através de uma preview públicada no Facebook oficial do DJ.
Depois dos singles "Ciúme" com HMB e "Fumo Denso" com Capicua, ficamos a conhecer as restantes faixas que compõem o álbum e aqueles que dão voz a cada uma delas. São mais de duas mão cheias de "convidados de luxo".
O lançamento do quarto álbum de DJ Ride está marcado para o dia 6 de Novembro.

Faixas:
- From Scratch
- Surprise Box 
- Ciúmes ft. HMB
- Fumo Denso ft. Capicua
- Baddis ft. Dengaz e Zacky Man
- Beatbombers Skit ft. Stereossauro
- Hold Me ft. Mia Holyday
- On My Side ft. Free The Robots e Lewis M
- Big Bang ft. MGDRV
- LongLive ft. Holly
- Coisa Leve ft. Jimmy P
- If You Want To
- Minha Meta ft. Valete, NBC e Enoque



 

#2016

(Actualizado a 26-11-2015)

Enquanto alguns artistas aproveitam o que resta de 2015 para lançar e divulgar os mais recentes trabalhos, outros já preparam o ano que aí vem.
Ainda faltam dois meses e uns trocos, é certo. Mas, entre confirmações e especulações, já é possível ver qualquer coisa no horizonte.
Se não há grandes dúvidas de que vão haver boas novidades no que diz respeito à música, até porque temos sido bem habituados, 2016 também pode ser um ano de regressos.


12105816_1189879344362489_2540961082062055523_n.jp

NBC

Há cerca de um ano, NBC lançava o tema "Gratia" em jeito de agradecimento a todos os que o ajudaram a trilhar caminho durante estes 20 anos de carreira.
No próximo dia 25 sai o novo single. Chama-se "Espelho", conta com a participação de Sir Scratch e faz parte do novo álbum, "Toda a gente pode ser tudo". Ao que tudo indica, disponível durante o próximo ano.



montagem-0f22.jpg

Capicua Valete

A novidade surgiu ontem através da Blitz. Capicua e Valete juntam-se aos brasileiros Emicida e Rael, num projecto artístico que reúne dois países em torno do hip hop e da língua portuguesa.
O álbum, editado pela Sony Music, está a ser preparado com a colaboração de Kassin, Fred e Nave na produção e espera-se que seja lançado na segunda metade de 2016.
Capicua está de volta ao estúdio, depois do sucesso que foi "Sereia Louca" em 2014. Valete, que leva nove anos sem gravar um álbum novo, está entusiasmado com o projecto e já prometeu na sua página de facebook o lançamento do terceiro álbum em nome próprio. Boas novidades em dose dupla.

 



12141720_10153258161059016_5760337352087268645_n.j

Orelha Negra

Quem ouviu o podcast "Até tenho amigos que são" com Fred ou acompanha a página de facebook do DJ Cruzfader, não ficou admirado. O véu já tinha sido levantado, com a promessa de que vinha música nova a caminho.
Durante esta semana, o facebook dos Orelha Negra lançou uma data. 16-1-16, o dia em que será apresentado ao público o novo trabalho, com um concerto no Centro Cultural de Belém a marcar o regresso deste projecto, que conta com Sam The Kid, DJ Cruzfazer, Fred, João Gomes e Francisco Rebelo. 
No dia 30 de Janeiro passam também pelo Porto, para um concerto no Hard Club.



beats-vol-1-amor.jpg

Sam The Kid

O sempre esperado álbum do Sam The Kid. Será que é desta? Quem foi à primeira sessão das RAP Talks não ficou indiferente à promessa enigmática de Rui Miguel Abreu quando falou do álbum Beats Vol. 1: Amor. "Vão haver novidades".
Estará no forno um Beats Vol. 2? Por agora não passa de especulação, mas seja o que for, é bem-vindo.



12294815_994003933975203_2473297280238292060_n.jpg

 MC Ary

Vem aí mais rap com swing. O "Pé de Chinelo" do MC Ary vai ter um Volume 2, lançado no próximo mês de Janeiro. A boa nova foi dada na sua página de facebook, com a promessa de singles para breve.
O "Pé de Chinelo Vol. 1" contou com a participação de artistas como Agir, Jimmy P, Enoque ou Filipe Gonçalves.

Documentário: Contra a Parede

maxresdefault.jpg


O crescimento da cultura urbana por todo o Mundo proporcionou um clima de aceitação no que diz respeito à street art. O graffiti legal, nos dias que correm, é visto como arte, como uma forma de expressão, é enaltecido, foi introduzido em galerias e tornou-se uma referência turística em muitas cidades, onde as alternative tours ganham espaço e contam com uma boa adesão.
A questão muda de figura quando se fala de graffiti ilegal. Para uma larga maioria da sociedade, o tag e o bombing continuam a ser vistos como "sujidade" e degradação do espaço público. 
Mas, o que move os writters a optar pelo ilegal? Como se costuma dizer, o fruto proibido é o mais apetecido. A marcação de território e a adrenalina continuam a ser dos motivos mais fortes, mas nada como ouvir as histórias e as experiências na primeira pessoa.
"Contra a Parede" é um documentário brasileiro que retrata a forma como o graffiti é visto em Campo Grande (MS).
Com os testemunhos de Gabriel Savelli (sociólogo) e de alguns witters, aborda a velha questão do graffiti legal vs ilegal. Fala das motivações, das consequências, das técnicas usadas e aborda a questão social numa perspectiva mais próxima da realidade.
A realização é de Gustavo Arakaki, João Marcelo Sanches e Thaís Pimenta.

 

 

O Atlas de Branko

600.jpg

 

Uma "volta ao Mundo" durante cinco semanas, com paragem em cinco cidades de três continentes diferentes, resultaram na construção deste Atlas.
Lisboa, Cidade do Cabo, São Paulo, Nova Iorque e Amesterdão. Ricas em diversidade cultural, cada uma com a sua identidade musical e estilo emergente, permitiram a Branko construir um puzzle à imagem da sua interpretação.
É um álbum em que a diferença na sonoridade nos permite atravessar culturas e encontrar qualquer coisa nova sempre que repetimos uma faixa. É difícil identificar um único género musical, mas existe um evidente elo de ligação entre as músicas.
Independentemente da suavidade ou do entusiasmo transmitido pela batida, tudo bate certo. "Let Me Go", "Take off" e "Paris - Marselha" são demonstrativas da "diferença coerente" que incorpora os dez temas. É algo de novo e refrescante.

Este mix de coordenadas geográficas, foi também documentado numa série de cinco episódios. Chama-se "Atlas Unfolded", é apresentado pela Red Bull Music Academy e acompanha o processo criativo do álbum. A web-series dá a conhecer a música, as mais de 20 colaborações, as cidades e todo o "work in progress" até ser atingido o resultado final.

Numa altura em que os Buraka Som Sistema terminam um ciclo, com uma tour pelos sitíos mais marcantes dos dez anos de existência, Branko inicia um novo ciclo. O seu próprio ciclo.

A BD está de volta à Amadora

12074775_10153346884367701_8620587924304560271_n.j


Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora está aí mais uma vez para provar que a "bonecada" não é só para miudos. Esta 26ª edição começa no próximo dia 23 de Outubro e dura até 8 de Novembro.
Sob o tema "A criança na BD", numa homenagem aos 100 anos de "Quim e Manecas" (aquela que é considerada a primeira banda desenhada portuguesa), o festival contará, como é habitual, com diversas exposições, convívio entre artistas e autores com o público e entregas de prémios.
O cartaz deste ano está a cargo da Widegris.

Este é o 26º ano ininterrupto de um festival que tem tido um notável crescimento, em muito impulsionado pela forma como tem sido dinamizado ao longo do tempo, e que faz com que este seja considerado um dos melhores da Europa no que à banda desenhada diz respeito.
A mudança para o Fórum Luís de Camões, depois de ter estado na Fábrica da Cultura e de uma passagem fugaz pela estação de Metro da Amadora Este, aliada à existência de uma programação paralela noutros pontos da cidade, serviram de impulso para esse crescimento.

Neste momento, Amadora BD não se resume exclusivamente aos 15 dias de festival. É também uma referência e um cartaz de boas-vindas à cidade da Amadora. Dos muros e casas com graffitis alusivos à BD, até ao Parque da Turma da Mónica, sem esquecer a recente criação da Bedeteca.
Num túnel que outrora dava nas vistas pela parede amarela a contrastar com a luz em azul néon, hoje está escrito "Amadora cidade da BD" em letras grandes num fundo branco, para que não hajam dúvidas.

 

RAP Talks #1

18898723_wuEvZ.jpeg

 

“O mundo mudou e vocês estão aqui a provar que o mundo mudou”


Esta foi uma das frases com que Rui Miguel Abreu e NBC fecharam o primeiro dia da primeira edição das Rap Talks.
Uma plateia com mais de cem pessoas dispostas a ouvir falar de hip hop e atentas às histórias daqueles que estão ligados à introdução deste género musical e do movimento em Portugal, comprovam-no. Impensável há 20 anos atrás.
As duas figuras incontornáveis do hip hop português abordaram temas como a influência do género musical na educação ou as dificuldades encontradas, inerentes a uma geração sem acesso aos mesmos meios digitais e tecnológicos de que dispomos actualmente.

Rui Miguel Abreu foi o primeiro orador. Um breve resumo da carreira, das passagens pela rádio até à Valentim de Carvalho, onde foi AR e trabalhou com artistas como Boss AC, Mind a Gap ou Cool Hipnoise. Em qualquer um dos casos, a motivação sempre passou por divulgar algo que precisava de espaço e não tinha.



18898727_MgdKE.jpeg

 

"Se ninguém fizer, faço eu"


A educação e os problemas sociais são dois temas incontornáveis quando se fala de hip hop. Associados à evolução da cultura no nosso país, surge a importância desta em ambas as áreas.

A força das palavras e a sua importância na intervenção social realçam a forma como o Hip Hop tem funcionado como força de construção e bagagem cultural, demonstrando também a sua influência na educação. Rui Miguel Abreu destacou a importância ao nível da língua portuguesa e o facto das pessoas se relacionarem com a cultura através da mensagem, assim como a importância na vida de jovens afectados por problemas sociais.

“Já entrevistei gente de todos os géneros musicais e a única vez que alguém disse que o género musical x lhe salvou a vida foi com no Hip Hop”

18898729_jWn2m.jpeg

 

NBC afirmou estar em representação do género musical que lhe mudou a vida e que conseguiu mudar mentalidades. Mais do que legítimo. Afinal de contas, são 20 anos ao serviço do Hip Hop, da música e da língua portuguesa.


“Imaginem...não há Facebook, não há YouTube, não há microfones como este”


Este foi o exercício proposto à plateia com o objetivo de transmitir as dificuldades inerentes à sua geração.
Uma viagem na máquina do tempo até à criação do grupo “FILHOS D’1 dEUS menor”, juntamente com o irmão, BlackMastah. Passagem pelo “Afro-Disiaco”, (o seu primeiro álbum a solo), pela importância do tema “Bem-vindo ao passado” (com os GNR), pelo álbum Maturidade e pelo mais recente EP, EPidemia.
Fim da viagem. Voltámos a ter Facebook e Youtube. Voltámos ao auditório do Time Out Mercado da Ribeira para aplaudir a história, o percurso e a paixão do NBC por aquilo que faz.
Ficou o conselho de quem lutou e fez por ele:

 “Faz por ti!”


Inspirador. O adjectivo mais adequado para descrever primeiro dia das RAP Talks.

 

RAP Talks: Lisboa a falar de hip hop

11850586_1491305614498223_5659004610013229198_o.jp

 
Amanhã e nas duas quintas-feiras que se seguem, o Time Out Mercado da Ribeira é palco da 1ª edição do RAP Talks.
Rui Miguel Abreu, NBC, Rocky Marsiano, Nel'Assassin, Mundo Segundo e José Mariño são convidados a falar das características inerentes ao hip hop e das competências adquiridas através da experiência no meio.

O RAP Talks é uma iniciativa da Hip Hop Valley e pretende desmistificar os preconceitos associados a este género musical, juntando as "soft skills" num conjunto de conversas que permitem conhecer a história e o percurso de várias personalidades ligadas ao hip hop, colocando em perspectiva a sua personalidade e criatividade.

As sessões têm início às 21H30, com a duração de cerca de 1H30 e a entrada é gratuita, sendo necessário marcar lugar através do email: geral@hiphopvalley.org.
A partir das 23H a after-party, com o custo de 8 Euros, estará a cargo do DJ Cruzfader, Holly, DJ Big e Fresh P.

 

 

Bem-vindos à Musicart

Banner_BLOG.jpg

 

Somos música e somos arte. Óbvio.
Gostamos do que é urbano, gostamos do que é nacional, gostamos de processos criativos.
Falamos de trabalhos e artistas, falamos de eventos, falamos de cultura, falamos do que nos inspira. Divulgamos.

Estamos prontos para começar.